Professora Formadora: Julici Lúcia Lippert Altenhofen
Município Ivoti-RS / atende Lindolfo Collor
1º Encontro GESTAR 2
04 a 08 de maio de 2009
Local: Uniritter – Porto Alegre

As expectativas para o primeiro encontro eram muito grandes, sair da sala de aula e fazer uma viagem de Ivoti a Porto Alegre todos os dias foi muito cansativo e, ao mesmo tempo, muito prazeroso. Me senti como o menino do vídeo “Capturando o Vento”, todos os dias levei o meu vidro para capturar todo o conhecimento e informações possíveis para levar as mesmas para o meu município e grupo de professores.
Olhares curiosos, inquietos, vindos de diferentes municípios de todo o estado. As dúvidas eram muitas e começaram a ser respondidas com muita paciência pelo professor da UNB (Universidade Federal de Brasília), Maurício dos Santos, ele se intitula como “profmau”, mas bem ao contrário, é uma pessoa muito humana, que não consegue esconder seu amor pela profissão. O professor Maurício passou ao grupo uma segurança muito grande no que se refere ao Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar 2, uma formação continuada de professores dos anos/séries finais do ensino fundamental.

Quanto a pergunta “O que torna o Gestar 2 inovador?” A resposta não podia ser outra, o Gestar 2 procura um caminho de mão dupla entre a teoria e a prática, e, assim como o professor Maurício lembrou, nós, professores estamos com os dois pés na sala de aula, e ao mesmo tempo que estamos ensinando, estamos em constante processo de aprendizagem. O professor que está no programa, está em busca do aperfeiçoamento pessoal e profissional, sente uma necessidade em melhorar seu desempenho como leitor e escritor, e também como interlocutor-ouvinte, papel essencial de sua atuação em sala de aula, em que a escuta e a leitura do texto do aluno são condições para a consecução do objetivo maior do ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa.
No segundo dia, realizamos uma atividade da qual gostei muito, cada um recebeu uma folha a ser usada para sua apresentação, falando o significado do seu nome, apresentando sua cidade e algo que tivesse sido importante na sua formação. Quando começaram as apresentações, me surpreendi com nomes de municípios que nunca tinha ouvido antes, meus colegas (já que temos um homem no grupo) se preocuparam em apresentar cada um o símbolo de sua cidade. Fiz alguns rabiscos para tentar contar a minha história, como não sei desenhar tive que caprichar na apresentação:

Moro na cidade das flores, Ivoti, em tupi guarani, Ipoticatu, que significa flor. Para homenagear minha cidade, minha primeira publicação no meu blog foi o poema que meu aluno da 5ª série, Henrique Enzweiller, escreveu no ano passado quando participamos da Olimpíada de Língua Portuguesa. O texto do Henrique ficou em segundo lugar a nível municipal, mas ficou em primeiro lugar para mim, ele conseguiu em poucas palavras descrever e homenagear nossa bela cidade.

O fato do professor se intitular como “mau”, fez com que eu me lembrasse da minha professora das séries iniciais, ela realmente era má. Estudei numa escola de interior, a professora era a mesma para dar aula de 1ª à 4ª série, ela dividia o quadro em quatro partes e passava atividades para cada série, quem conversava levava um giz na cabeça porque não podia atrapalhar os colegas nem o tricô da professora. Ela nunca atendia um aluno na classe, acredito que minha alfabetização aconteceu mais com a ajuda das minhas irmãs em casa do que com a professora. Meu problema com o “giz” foi resolvido quando apareceu na sala uma espécie de pasta que continha 21 livros, se chamava “Ciranda de Livros”, um dos primeiros que li foi a história de uma ratinha, foi ela que me deu coragem para resolver meu segundo problema, meu nome, Julici. Meus colegas riam e faziam piadinhas com meu nome. A ratinha da história me encheu de coragem e um certo dia, quando minha mãe estava costurando perguntei para ela por que o meu nome era Julici, tudo bem que tinha que começar com J, todos os nomes dos meus irmãos começavam com J: Janice, Janete, Jair, José, Jandir e uma exceção, Gisele. Ainda tinha outras opções como: Juliana, que eu gostava muito. Minha mãe me respondeu que o meu nome não era para ser Julici, porém a irmã dela “roubou” o nome que ela havia escolhido para mim.

Fiquei pensando quem das minhas primas que tivesse a minha idade, teria o nome que era para ser meu, não consegui lembrar de nenhuma. Arrisquei e perguntei “mas mãe quem das minhas primas tem o meu nome?” Minha mãe, sem pestanejar, respondeu: “a Jardenice”. Desde aquele dia sou muito grata a minha tia e estou muito feliz com o nome que tenho.
O livro que realmente me despertou para o mundo mágico da leitura, também estava na Ciranda de Livros, seu título “A Bolsa Amarela” de Ligia Bojunga. O segundo poema do meu blog, “Livro: A Troca”, da mesma autora, traz a importância que os livros tiveram na minha vida e na minha formação. Foram eles que me proporcionaram uma das maiores alegrias que já tive: ser aprovada com distinção no curso de Letras da Unisinos. Não consigo esconder minha paixão pelos livros, e é esse o meu objetivo, despertar nos alunos a paixão e o prazer pela leitura, alavanca básica para que os alunos sejam críticos, criativos para que escrevam bem e para que sejam felizes, pois o papel da leitura na vida das pessoas é amplo e riquíssimo.

O objetivo do Gestar 2 é possibilitar ao professor de Língua Portuguesa um trabalho que propicie aos alunos o desenvolvimento de habilidades de compreensão, interpretação e produção dos mais diferentes textos. Este processo de escolarização visa à inserção dos alunos na sociedade, como cidadãos conscientes, capazes não só de analisar as várias situações de convivência social como também de se expressar criticamente em relação a ela.
Todas as atividades do Gestar de Língua Portuguesa serão sobre o texto.

-como a origem de tudo
-têxtil- tecido- que é tecido- texto como aquilo que é inteiro
TEXTO -como saber se é texto ou não?
-a partir do momento que tem significado é um texto
(pode até ser a fisionomia de um aluno)
-sema = unidade mínima de sentido

As unidades a serem trabalhadas nesta primeira etapa do curso, serão:
TP3, as unidades deste caderno apontam para duas direções: o texto como atuação social e o texto como organização de informações.
A abordagem do texto na sua dimensão social e cultural leva a classificá-lo quanto ao gênero. A abordagem na dimensão informacional leva à classificação de tipos textuais.
Tipos e gêneros textuais são classificações que não se sustentam sozinhas, mas como procedimento de análise que juntos esclarecem sobre os mecanismos textuais.
O tema transversal do TP3 é o trabalho.
O TP4 trata dos processos de leitura e escrita. Traz uma discussão sobre processos de leitura e os fazeres na produção textual.
No TP5, são desenvolvidas unidades cujos temas são: estilística, coesão, coerências e as relações lógicas nos textos.
O professor trouxe também, algo que é novo para mim, o Portfólio, que tem como objetivo promover a aprendizagem. Trabalhamos seu conceito, sua estrutura e construção.No final desta semana trago um vidro cheio de ideias/propostas/planos para a formação do Gestar 2.