domingo, 20 de dezembro de 2009

Professora Formadora: Julici Lúcia Lippert Altenhofen
Município: Ivoti RS / atende Lindolfo Collor
Quinto Relatório Gestar 2
25/09/2009 a 19/10/09


Dia 25/09/09 manhã
O dia de hoje, 25 de setembro, foi um dia de Formação Continuada para todos os professores da rede municipal. O tema da palestra “ Ser Professor” ministrada pelo teólogo Manfredo Wacks, teve como objetivo refletir sobre a dimensão desta nossa nobre profissão. Manfredo iniciou dizendo que o professor é uma pessoa e que uma parte da pessoa é professor. Segundo ele, ser professor é quebrar paradigmas, fazendo aquilo que não é convencional. E do quanto é importante o professor ter consciência do que o agrada, do que o aproxima e do que o desagrada.
O professor manfredo falou também da importância de encontrarmos um ponto de equilíbrio, usou como exemplo o pêndulo de um relógio, não podemos ser professor e deixar de ser “pessoa”. Falou da importância do professor narrar, contar “quem sou, como sou” sem medo de falar dos erros e dos acertos. Sem ter medo de se molhar quando chover. E lembrou que, infelizmente, algumas pessoas usam a escola como uma “marquise” ficam ali enquanto chove, como um abrigo, quando o tempo melhora vão para outro lugar.
A manhã foi muito agradável e proveitosa, foi muito bom ouvir falar sobre a docência de uma forma tão carinhosa, sem cobranças, sem receber “a culpa de tudo”. Mais uma vez tive a certeza de que estou no caminho certo.


Dia 25/09/09 tarde
A tarde foi dedicada a mais um encontro do Gestar 2, como já havíamos combinado, foi feita uma leitura do TP 6 e eu apresentei de forma resumida as unidades a serem trabalhadas neste TP:
Unidade 21
Argumentação e Linguagem
Pela linguagem organizamos o saber, a vida. Pela linguagem agimos sobre nossos pares e sobre o mundo. Por isso, todos os seres humanos são, ao mesmo tempo, origem e produto da linguagem, origem e produto da história que nos leva a construir formas de comunicação e de atuação específicas.
Visto nessa perspectiva, todo uso da linguagem é argumentativo, pois estabelece uma interação com o outro, uma relação de fazer social. E toda linguagem é, assim, um processo sempre em movimento.
Ao considerarmos a linguagem como uma forma de trabalho cultural, estamos considerando que toda manifestação linguística é também basicamente argumentativa. Ou seja: sempre que utilizarmos a linguagem, estaremos implicitamente alterando ou querendo alterar-as crenças dos interlocutores, implicitamente querendo convencê-los de nossas ideias.
Ao fazeriuso dessa capacidade de convencimento da linguagem, não utilizamos significados apenas linguísticos: qualquer outro recurso comunicativo interage com os signos de língua portuguesa para atingir o propósito de nossa comunicação. Na comunicação oral, por exemplo, os gestos colaboram para a construção dos sentidos do texto.
Quando temos consciência de que nosso objetivo maior ao produzir um texto é fazer o leitor/ouvinte crer em alguma de nossas ideias, classificamos esse texto como argumentativo. Nesse texto, a ideia principal para a qual buscamos a adesão do leitor/ouvinte, o objetivo de convencimento do leitor/ouvinte, constitui a tese. Cada motivo ou razão que damos para comprovar a tese é chamado de argumento.
Em conjunto, lemos o texto da página 59 à 61, sobre Argumentação, em duplas, foram respondidas as questões referentes ao texto, as respostas foram discutidas em grande grupo.

Unidade 22
Produção textual: planejamento e escrita
A língua escrita é utilizada com algumas funções básicas, segundo Roman Jakobsom, são elas:
a) Expressiva: é utilizada para a expressão individual, centrada no eu. Como é o caso em diários, depoimentos, cartas, bilhetes, artigos, poemas.
b) Apelativa: é centrada no leitor e tem por objetivo influenciar o comportamento de quem lê.
c) Metalinguística: quando a linguagem se refere a si mesma, se constituindo objeto de descrição e explicação.
d) Poética: ao focar no texto as suas possibilidades expressivas, o autor visa elaborar no leitor uma experiência estética.
e) Referencial: utilizada para descrever, conceituar, informar.
A escrita é um ato, um ato social e comunicativo, insere-se numa determinada situação que tem uma função, interlocutor (es), objetivo, versa sobre um tema, de acordo com a intenção, é expressa em relação com um gênero, utiliza um determinado nível de linguagem e, como material de leitura, é escrito em um determinado suporte.
A seguir, lemos e discutimos as estratégias para a produção de textos na página 100.

Unidade 23
O processo de produção textual: revisão e edição
Um texto é construído em um processo. Geralmente é iniciado por uma preparação que inclui atividades de pesquisa de materiais e conteúdos sobre o tema e de leitura, compreensão e interpretação de textos que subsidiam as etapas de planejamento e escrita.
Durante a revisão, o escritor lê o rascunho (a primeira versão do texto), podendo reescrevê-lo até avaliar que o texto está bom para ser lido por uma outra pessoa. A finalidade desta etapa é criar um distanciamento entre autor e seu texto. È o momento em que o autor tenta colocar-se no lugar da audiência, do interlocutor, e as releituras necessárias dependem da representação que o escritor tem de seu texto, de seu objetivo, sua finalidade, da audiência e do suporte, focando os processos de coerência e coesão textuais.

É importante notar, como assinalamos anteriormente, que, mesmo quando estamos escrevendo o texto em si, as atividades de planejamento e revisão podem ocorrer. Isso se dá devido a necessidades locais, na medida em que planejamos o que escreveremos a seguir, tendo em vista o planejamento anterior e o que já foi escrito no texto. Podemos revisar trechos do texto, ou mesmo termos e a ortografia, se esta ação se tornar imprescindível para a continuidade do processo de significação.
É muito importante fazer com que o aluno consiga identificar problemas no seu texto, organizando o ensino e o aprendizado a partir dos conhecimentos que já contribuiu. Se você conseguir ouvir dele enunciações gerais como “Acho que tem algo de engraçado neste texto” ou “Acho que está faltando algo neste texto”, já é um primeiro passo.
O segundo passo é ensinar o aluno a adquirir conhecimento estratégico para poder identificar o que está errado em seu texto e definir ou nomear o que falta ou está demais.
Assim, algumas estratégias podem ajudar o aluno a começar a perceber o que há de “engraçado” em seu texto e buscar saídas como o uso do dicionário, consulta à gramática ou mesmo por meio de uma atividade criada pelo professor para explicar a questão. Assim, suas habilidades vão se modificando e sua competência, aumentando. Instaura-se um diálogo e o conhecimento se transforma.
Em suma, revisar e editar implicam comparar, identificar, anotar, apagar, inserir, criar espaço, copiar trechos e mesmo o texto todo, se não houver computadores à disposição.
A seguir, lemos em grande grupo o texto “Vamos dar um fim para a Violência”, pg.148 TP6, que foi escrito por uma aluna da 6ªsérie, e discutimos sua revisão e reescrita.O grupo achou que seria bem interessante fazer uso de uma legenda para a revisão do texto. Uma legenda bem interessante encontra-se na pg. 81 AAA6 (versão professor). Várias professoras já usam legendas parecidas em sala de aula e dizem ser muito úteis na hora de fazer com que o próprio aluno reescreva o seu texto.

Unidade 24- Leitura para adolescentes
Para trabalhar esta unidade, pedi para que as professoras lessem comigo o texto de Leo Cunha pg. 169, TP6 e juntas refletimos o quanto é importante fazer com que a criança tenha acesso aos livros desde pequena, as professoras que já tem filhos falaram de experiências que já tiveram com seus filhos. Levei uma cópia do texto “ Os 55 melhores livros para seu filho” que foi elaborado pela revista Crescer, com a colaboração de 35 especialistas em criança e cultura.
O fato é que muitas vezes a criança é incentivada à leitura, tem acesso a livros, porém muitas vezes o adolescente se distancia dos livros. Por que isto acontece? O que fazer com o aluno das séries finais do ensino fundamental que ainda não lê? Para ter respostas a essas perguntas levei um texto de José Mindlim que fala sobre o Ler por Prazer. Segundo ele, “ Ler proporciona o crescimento pessoal, estimula o raciocínio e contribui para a longevidade. Quem lê costuma ser mais ativo e desenvolve idéias próprias”.
E, para terminar, acessamos o site da revista Veja, www.veja.com.br, e conferimos a lista de 100 livros recomendados por José Mindlim. Dá vontade de ler todas, pois tem literatura para todos os gostos.
“ A informação está cada vez mais ao nosso alcance, mas a sabedoria, que é o tipo mais precioso de conhecimento, só pode ser encontrada nos grandes autores da literatura. Esse é o motivo pelo qual devemos ler” Harold Bloom.
Uma semana de aprendizagem
(28 setembro à 02 de outubro)

A 2ª etapa do Gestar II aconteceu no mesmo local, Uniritter- Porto Alegre, foi muito bom reencontrar os colegas da 1ª etapa, conversar com eles pessoalmente, e também reencontrar o professor Maurício. Fiquei muito emocionada ao escutar a música que o professor escolheu para a nossa turma, junto com as imagens da 1ª etapa. Dessa forma o professor coloca em prática o que ele ensina “Professor deve criar vínculo afetivo com o aluno”.
O relato de experiências que foram acontecendo a cada dia foram muito proveitosos, é muito importante ouvir os colegas e saber um pouco de como está sendo implantado o Gestar em seu município. Está claro que o programa Gestar II é melhor baseado que os planos de estudos e que muito do que ele traz já vinha sendo aplicado em muitas escolas.
No 1º dia fizemos uma revisão do que já foi trabalhado, o TP3, 4 e 5, fizemos também uma revisão do que é o Portfólio e da sua importância. Sem esquecer de algo muito importante, o Projeto de final de curso dos professores cursistas.
O vídeo do Gladiador que assistimos no 2º dia serviu para refletir sobre nossos verdadeiros objetivos, aquilo que queremos e buscamos. O vídeo de Frejat trouxe a tona os obstáculos pelos quais passamos no nosso dia a dia e que muitas vezes procuramos por algo que está na nossa frente e que não nos damos conta.
O texto “Nóis Mudemo” mostra a diversidade da cultura brasileira, que segundo o professor Maurício é o que tem de mais belo no Brasil. O “jeito” do aluno falar deve ser o ponto de partida para trabalhar a gramática e ensinar ao aluno que a escola é diferente, no falar e escrever do que em casa.
No 3º dia, pela manhã, assistimos o filme “O Leitor” baseado na obra alemã de mesmo título. A temática do filme é muito forte, a personagem do filme prefere ser condenada à pena máxima a revelar seu maior segredo, não saber ler e escrever. Porém, na prisão ela aprende. Ao assistir o filme fiz uma relação com a obra “O Guardião de Memórias” e me fez refletir sobre o “preço” de um segredo.
Também discutimos a importância dos PCNs que tem como base a contextualização interdisciplinar e que foi a melhor coisa que aconteceu para a educação. O colega Cristiano aproveitou para nos passar os Referenciais Curriculares que foram escritos por professoras da URGS.
Estudamos o TP6 e discutimos as etapas de uma produção de texto que são: Planejamento, Escrita, Revisão e Edição. A crítica é que a escola deixa muito de fora o planejamento e a edição. Em grupo, criamos uma atividade sobre a temática Criança/Brinquedo que foi apresentada para toda a turma.
No 4º dia lemos e discutimos o texto “O vôo da Asa Branca” e vimos que do ponto de vista da linguística não existe o falar certo. Assistimos o vídeo “O Saber de cada um” que traz a linguagem de Chico Bento e nos leva a Marcos Bagno em “Nada na Língua é por acaso”. Também discutimos sobre um estudo n o qual sinto um pouco de dificuldade, Fonética e Fonologia.
Na sexta-feira discutimos bastante sobre o uso da gramática, como trabalhar e qual trabalhar em sala de aula .
Foi neste dia que apresentei meu município, Ivoti, a bela cidade das flores, de todas as cores, como diz o nosso hino. Também fiz um pequeno relato da forma como trabalho e como são realizadas as atividades do Gestar II.
Resumindo, foi uma semana de reencontro, de aprendizagem e conhecimento. Mais uma vez voltei da formação com o meu “vidro” cheio de informações e novidades. Ansiosa em passar para as professoras cursistas o material, as atividades e ideias que trago desta semana repleta de conhecimento. Fiquei muito feliz com os elogios do professor, e a certeza de que irei me dedicar/esforçar mais ainda nesta etapa final.

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