domingo, 20 de dezembro de 2009

Relatório 6
Professora Formadora: Julici Lúcia Lippert Altenhofen
Município: Ivoti RS atende Lindolfo Collor
23 de outubro à 18 de novembro

Dia 23/10/09 manhã 7:30 às 11:30
Para iniciar este encontro, passei o vídeo do Gladiador, fizemos uma reflexão da nossa caminhada no Gestar e também de onde queremos chegar. Apresentei as novidades do segundo encontro em Porto Alegre e entreguei para cada cursista um cd com os vídeos motivacionais e todo o material dos próximos TPs. A seguir, iniciamos a oficina:

Oficina 11
Unidades 21 e 22

O objetivo desta oficina é identificar estratégias relacionadas ao planejamento e à revisão durante a escrita de textos.
Todo ato de linguagem objetiva produzir efeitos de sentido, que podem ser concretizados em ações ou em mudanças/reforço de opiniões. Mas nem sempre fazemos isso conscientemente, ou fazemos disso o objetivo maior da nossa interação verbal. Mesmo que a linguagem sempre cumpra determinados propósitos argumentativos, nem sempre disso temos consciência.
No texto argumentativo, mais especificamente, chamamos essas estratégias de argumentos. Todos os argumentos de um texto devem conduzir a um único objetivo, ou a objetivos integrados e compatíveis entre si. Os argumentos são os motivos, as razões utilizadas para convencer o leitor da validade da tese.
A tese constitui a ideia principal para a qual um texto pretende a adesão do leitor/ouvinte: é o objetivo de convencimento do leitor/ouvinte.
Nosso ponto de chegada na Unidade 21:
1. Identificar marcas de argumentatividade na organização dos textos;
2. Identificar e analisar diferentes tipos de argumentos que sustentam uma argumentação textual;
3. Reconhecer a qualidade de argumentação textual.
Esperamos que ao final da Unidade 22 sejamos capazes de:
1. Apresentar elementos de reflexão e estratégias relacionadas ao planejamento de textos.
2. Identificar estratégias que podem ser utilizadas para o planejamento e a escrita de textos.
3. Desenvolver atividades de planejamento e escrita, considerando a construção e revisão textual.
A seguir foi feito o relato das atividades que foram aplicadas em sala de aula. E, juntas, lemos e discutimos o texto:
“Espírito Carnavalesco”
Moacyr Scliar (pg. 219)
A avaliação desta oficina não foi tão boa, algumas professoras tiveram dificuldades em trabalhar as atividades, principalmente nas 5ª e 6ª séries. Acharam as atividades estanques e abstratas, com um nível de exigência maior que os TPs anteriores, o vocabulário bastante difícil. Algumas chegaram a dizer que não foi prazeroso trabalhar o TP 6. Já quem trabalha com 7ª e 8ª séries aproveitou para trabalhar a matéria que está nos nossos planos de estudos.


Dia 23/10/09 Tarde Início: 13:00 às 17:00

Iniciei a tarde fazendo a projeção do vídeo “Os Saberes de cada um”, fizemos uma reflexão sobre o mesmo, e chegamos a conclusão de que temos vários “ Chicos” nas nossas escolas, principalmente nas do interior, onde por exemplo, um menino da 7ª série, não tem o domínio da linguagem escrita, porém sabe dirigir trator e fazer uso de todas as máquinas agrícolas que tem em casa.

Oficina 12
Unidades 23 e 24

Objetivo da oficina:
1. Rever as questões principais da escrita e da reescrita de textos.
2. Rever e sistematizar as informações e discussões essenciais em torno da literatura pra adolescentes.
3. Planejar e desenvolver atividades de leitura literária para alunos adolescentes.
A etapa de revisão é desencadeada após a escrita do primeiro rascunho, da primeira versão do texto. Neste momento, o autor deve começar a se distanciar do próprio texto para considerar o objetivo, o assunto, a forma a fim de poder significar para a audiência, trabalhando a sequência das ideias.
Os parâmetros de revisão podem variar de acordo com as competências e habilidades que estejam sendo trabalhadas.
A última etapa do processo de composição, denominada edição, envolve os reajustes finais visando à acuidade: é hora de polir mais uma vez aspectos de coesão e coerência, a pontuação, a ortografia segundo as convenções estabelecidas.
A leitura de nossos adolescentes já vem sendo discutida há muito tempo. Sabemos que leem pouco, preferem ler revistas e jornais e muitos leem mal: como eles dizem, “dão uma lidinha”. Seus problemas de leitura insuficiente estão ligados também a uma leitura insuficiente do professor e de práticas pouco produtivas da escola, em torno ato de ler.
O professor deve insistir em leituras mais longas, completas e dar um espaço privilegiado para o livro de literatura.
Segundo Marisa Lajolo
“Literatura é o que cada um acha que é literatura”.
As professoras cursistas fizeram o relato de experiências que tiveram em sala de aula, várias atividades foram aplicadas.
A seguir fiz o seguinte questionamento:
Que obras literárias você considera adequadas para a série com a qual trabalha?
Pedi que formassem grupos e escolhessem títulos de livros para apresentarem a seus alunos.
Foram escolhidos os seguintes títulos:
5ª série “A Bolsa Amarela”
“ O Pequeno Príncipe”
6ª série “ O Mágico de Oz”
7ª série “ Meu pé de laranja lima”
8ª série “Ana Terra ou Um certo Capitão Rodrigo”
Combinamos que para o próximo ano letivo, tais leituras serão feitas pelos alunos em sua escola e que depois iremos fazer um Seminário, envolvendo todas as escolas do município para que os pr´prios alunos possam discutir as obras que leram.
Pedi também para cada professor imaginar a melhor forma de motivar os alunos para a leitura.
A avaliação desta oficina já foi melhor, as atividades foram mais aceitas pelos alunos, porém as professoras mencionaram o fato de o “Avançando na Prática” trazer atividades pouco interessantes e que não foi possível relacionar AAA e TP.

Dia: 10/11/09 Início:13:00 às 17:00
TP1: Linguagem e cultura!

Iniciei a tarde apresentando em slides o resumo do TP 1, que foi elaborado pela colega Luciana Mello.
Unidade 1: Variantes linguísticas: dialetos e registros
Podemos conceituar cultura como o conjunto de ações, pensamentos e valores de uma pessoa ou de uma comunidade.
A cultura, entendida como o conjunto de formas de fazer, pensar e sentir de uma pessoa ou de uma sociedade, é uma construção histórica e varia no espaço e no tempo.
A língua é, ao mesmo tempo, a melhor expressão da cultura e um forte elemento de sua transformação. A língua tem o mesmo caráter dinâmico da cultura.
A língua tem regularidades, um sistema a ser seguido. Mas, como é um sistema aberto, a língua oferece inúmeras possibilidades de variação de uso, que criam, junto com o contexto, interações sempre novas e irrepetíveis.
As variações da língua são de duas ordens:
1- as variantes comuns a um grupo, chamadas dialetos;
2- as variantes do uso de cada sujeito, na situação concreta de interação, chamadas registros.
A língua não se apresenta uniforme e única: ela apresenta variações, conforme os grupos que a usem. Cada uma das variantes da língua usada por um grupo apresenta regularidades, recursos normais para aquele grupo, e chama-se dialeto.
Os principais dialetos são: o etário (da criança, do jovem e do adulto); o geográfico, ou regional; o de gênero (feminino e masculino); o social (popular e culto); o
profissional.
Os dialetos são equivalentes do ponto de vista linguístico: nenhum é melhor do que outro. Cada um cumpre perfeitamente suas funções comunicativas, no âmbito em que é usado. Considerar um superior a outro é um preconceito sem fundamento.
O idioleto é o conjunto de marcas pessoais da língua de cada indivíduo, como resultante do cruzamento dos vários dialetos (etário, regional, profissional, de gênero, social) que constituem a sua fala.
1- A língua é um sistema aberto, o que possibilita uma grande variedade de usos. Assim, ao lado de regras sistemáticas que todos os seus falantes devem seguir, aparecem as variantes da língua, que podem referir-se ao uso de um grupo, ou ao uso de cada locutor, no momento específico da interação.
2- Cada variante que marca o uso que determinado grupo faz da língua constitui
um dialeto.
3- Os dialetos principais são definidos do ponto de vista geográfico, etário, sociocultural, de gênero e de profissão.
4- Os dialetos, como as línguas, preenchem as necessidades do grupo social que os usa, não havendo, portanto, um melhor do que outro.
5- Os dialetos não são compartimentos isolados: ao contrário, recebem influências uns dos outros.
6- O registro é a variante escolhida pelo sujeito em cada ato específico de comunicação, segundo o contexto.
7- Os registros são basicamente dois: o formal e o informal, segundo o distanciamento requerido pela situação. Entre os dois extremos, há muitas gradações.
8- Os registros podem apresentar-se tanto na forma oral como na forma escrita da língua.
9- Os registros põem por terra a distinção do certo/errado, passando a discussão para o campo do adequado/inadequado.
10- Essas considerações nos levam a rever nossa atuação como professores de Língua Portuguesa. Em sala de aula, é fundamental criar oportunidades para que os alunos trabalhem textos que exemplifiquem diversas situações de comunicação, em que dialetos e registros diferentes se apresentem para a sua reflexão e discussão e como ponto de partida para a produção de textos igualmente diversificados. Esse é, afinal, o objetivo maior do ensino da língua: desenvolver no sujeito a competência para a leitura e produção de textos.
É importante lembrar que:
1 – A norma padrão não é melhor do que os outros dialetos: estes, tanto quanto a norma padrão, cumprem, perfeitamente sua função no ambiente em que são usados e com as pessoas desse ambiente.
2 – Aprender a norma culta é ter mais uma opção de uso da língua, importante em muitos momentos e ambientes. Quanto mais opções o sujeito tiver de uso da língua, mais ele vai poder atuar na sua comunidade e se desenvolver como cidadão.
3 – Ninguém deve ser discriminado por apresentar um comportamento linguístico diferente do outro.
A norma culta é um dos dialetos definidos por critérios socioculturais. Como para todas as línguas, a norma culta é escolhida como norma-padrão, que é usada nos documentos, sobretudo os oficiais, em grande parte da literatura, dos escritos e falas da imprensa. Sua maior característica é a correção pautada na gramática normativa.

Unidade 2: Variantes linguísticas:desfazendo equívocos
O texto literário caracteriza-se como aquele que apresenta liberdade completa no uso das variantes da língua. O autor pode empregar a norma culta ou o dialeto popular, o registro mais formal ao mais informal, tudo vai depender de suas intenções, do assunto, do ambiente e dos personagens retratados.
Uma questão importante a observar é que, com frequência, vemos na escola um descuido com as atividades orais. Considerando que a criança fala desde muito cedo, pensa-se sobretudo em desenvolver a escrita, que constitui um aprendizado novo. Esse é apenas o primeiro dos equívocos com relação à oralidade. Com certeza, uma das funções da escola é ampliar a competência da criança no seu uso da língua, nas mais diversas situações de interação. Assim, proporcionar aos alunos a oportunidade de falar, nos contextos mais variados, é um ponto importante de seu programa.
Outro aspecto essencial do trabalho com a linguagem oral é que não nos devemos ocupar apenas com as situações de fala, mas com as de escuta. Sabemos como é difícil ouvir bem. No entanto, isso não é objeto de nossas preocupações. A boa escuta envolve mais do que o respeito ao locutor: envolve a capacidade de compreender, avaliar e responder adequadamente ao que ouvimos.
1- A norma culta/padrão é um dos dialetos da língua. É o dialeto utilizado na absoluta maioria dos documentos oficiais e públicos de um país. Não é melhor nem pior do que os demais dialetos; por isso, seu uso não pode ser critério de discriminação ou valorização dos sujeitos. (Aliás, nenhum critério deve servir à discriminação).
2- A norma culta/padrão é ensinada na escola. Seu conhecimento e domínio ajudará o aluno a ampliar sua competência linguística, permitindo-lhe um acesso mais fácil a muitos documentos e bens culturais.
3- A literatura pode ou não utilizar a norma culta. Seu objetivo não é “ficar dentro das regras”, mas buscar qualquer dialeto ou registro que melhor consiga criar a linguagem do mundo criado por ela, com seus significados.
4- As duas modalidades da língua – a oral e a escrita – são igualmente importantes e apresentam ambas as possibilidades de uso, tanto do registro formal quanto do informal.
5- As duas modalidades devem ser trabalhadas na escola tanto do ponto de vista da locução quanto da interlocução. Assim, ouvir e falar, ler e escrever, devem ser atividades constantes na sala de aula.
6- Como sempre, vale a pena salientar que as situações de interlocução são extremamente complexas e não temos muitos casos “puros” de dialetos, da mesma forma que os registros apresentam uma gama infinita de formalidade/informalidade e as modalidades oral e escrita não são campos fechados, sem interferência uma sobre a outra.
7- Nas atividades de linguagem, é fundamental oferecer aos alunos exemplos diversos de bons textos, orais e escritos, produzidos com objetivos e em situações diferentes, literários e não literários, em registros e modalidades distintos, de modo a não estabelecer relações indevidas entre escrita, norma culta e registro formal e literatura, ou fala e informalidade. Para isso, os próprios textos produzidos pelos alunos podem ser ótimo material de discussão.

Unidade 3: O texto como centro das experiências no ensino da língua
Afinal, o que é texto?
Texto é toda e qualquer unidade de informação, no contexto da enunciação.O texto pode ser oral ou escrito, literário ou não literário. Todas as nossas interações se processam por meio de textos, que independe de extensão.
Por que trabalhar com textos:
1- O ensino-aprendizagem de qualquer língua deve dar-se com o uso de textos, porque é por meio deles que pensamos e interagimos.
2- O texto deve ser o centro de todas as atividades que envolvem o ouvir, o falar, o ler e o escrever.
3- Da mesma forma, a análise linguística só pode ser significativa para os alunos, se apoiada em textos que contextualizam cada uso do vocabulário e da morfossintaxe.
A diversidade de objetivos de leitura é tópico importantíssimo do ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa. Seus alunos devem ser estimulados a perceber essas diferenças, para procurarem o material mais adequado em cada caso. A informação obtida em uma enciclopédia não é igual à de um dicionário, de uma revista especializada, ou de uma pesquisa sobre o assunto.

Unidade 4: A Intertextualidade

O diálogo entre textos: a intertextualidade.
Intertextualidade é o que ocorre toda vez que um texto tem relações claras com outro, ou outros. É, portanto, um diálogo de um texto com outro.
Esse diálogo, ou retomada de um texto, ocorre nas mais diversas situações e nos mais diversos tipos de comunicação, e está presente tanto nas manifestações artísticas quanto no nosso cotidiano. Isso acontece porque a cultura é claramente intertextual, quer dizer: ela sempre acumula ou retoma, de alguma forma, as experiências humanas.
1 – Os processos intertextuais que envolvem o texto inteiro:
a) paráfrase: acompanha de perto o texto original, como ocorre nos resumos, adaptações e traduções;
b) paródia: inverte ou modifica a narrativa, sua lógica, sua idéia central. Em geral, é crítica;
c) pastiche: procura aproveitar a estrutura, o clima, determinados recursos de uma obra.
2 – Os processos intertextuais pontuais, que retomam um ou alguns elementos do texto:
a) citação: consiste em apresentar um trecho, um dado da obra. O segundo texto procura deixar claro o texto original. No caso do texto verbal, o autor do original é indicado;
b) epígrafe: tem as mesmas características da citação, mas tem localização fixa: aparece sempre como abertura do segundo texto;
c) referência: é a lembrança de passagem ou personagem de outro texto;
d) alusão: é o aproveitamento de um dado de um texto, sem indicações ou explicitações.

Resumindo:
A intertextualidade é a presença, subjacente ao nosso texto, de outras vozes e outros textos, com os quais dialogamos o tempo todo, mesmo sem ter consciência disso. Apesar de ser enfocada sobretudo nas artes e ser um estudo relativamente recente, a intertextualidade sempre esteve presente em todas as interações humanas.
A originalidade dos processos intertextuais deve-se muito ao ponto de vista, questão das mais importantes em qualquer forma de interação.
O ponto de vista é o lugar ou o ângulo de onde cada interlocutor participa do processo de interação. Ele não revela simplesmente as posições do locutor: pode ser usado para criar posições e emoções no interlocutor.
Daí a importância de sua análise, quando estamos interpretando e avaliando as situações de comunicação. O trabalho com esses dois assuntos é fundamental, no sentido de tornar nossos olhos e ouvidos mais sensíveis e mais críticos com relação à própria vida.
Depois do resumo do TP 1, de termos cantado juntas “Asa Branca”, discutido e analisado o texto, assistimos ao filme “O Leitor”. Duas professoras, que são formadas também em alemão, já tinham lido a obra e contribuíram muito com informações que não estão muito claras no filme. Várias professoras ficaram muito emocionadas.
Foi uma tarde muito especial, o encontro aconteceu na minha casa. Um encontro de grande aprendizagem, troca, emoção...


A MÁGICA DE OZI
Com muito orgulho apresento a vocês, as meninas da 5ª e 6ª séries, personagens da “Mágica de Oz”, que leram a obra, assistiram ao filme e ajudaram a adaptar a obra a peça de teatro que foi um sucesso na Feira do Livro de Porto Alegre, maior feira do livro da América Latina.


Dia 18/11/09 Início 13:00 às 17:00

TP 2 ANÁLISE LINGUÍSTICA E ANÁLISE LITERÁRIA
Unidade 5: Gramática: seus vários sentidos
Para iniciar o tema dessa unidade levei um poema que encontrei há um tempo atrás na Revista “Mundo Jovem”. O poema não tem título, foi escrito por uma professora de Minas Gerais: Maria Aparecida Araújo Silva

Bendito seja o ensino
Que tira a poeira da mente
Quanto mais a gente estuda
Tanto mais a gente aprende.

Não há divisão de classes
Entre as classes de palavras
Vivem unidas entre si
Umas mansas, outras bravas.

Manso é o artigo
Nem sempre de primeira
Ora define, ora indefine
Fica sem eira nem beira.

Substantivo ? Este é bravo
Abstrato ou concreto
Comum, próprio, coletivo
Dá nome ao “ser”, é completo.

O adjetivo exalta, enaltece
Está sempre em atividade
Ás vezes machuca,
Sem piedade.
Numeral, agora sim
Acompanha a tecnologia
Está nos computadores
Enche o bolso, esvazia.

Estes pronomes irrequietos
São pessoais, oblíquos e retos
Cerimoniosos, de tratamento
Aconchegantes, bem a contento.

Se há antecedente
O pronome torna-se relativo
Se algo lhe perguntam
Fica logo interrogativo.

Indefinidos... possessivos,
Demonstrativos, com personalidade
Acompanhando “o ente” são adjetivos
“Denotando-o” são substantivos –Barbaridade!

Enclíticos, proclíticos, mesoclíticos,
Átonos ou tônicos
Importa colocá-los no lugar
Para que o todo se torne harmônico

Advérbio te conheço
De algum modo, tempo ou lugar
Se afirmo, duvido ou nego
É de ti que vou precisar

Verbo, riqueza da língua
Palavra forte, ação
Sozinho ou acompanhado
É fenômeno, é estado

Conjunção liga as frases
É argamassa na construção
Pode dar sentido ao texto
É coerência, é coesão

Preposição, que seria de nós
Sem a tua ajuda?
Tu ligas regente e regido
Se te empregamos de qualquer jeito
O sentido muda

Interjeição é bem “light”
Expressa emoção
Alegria, raiva, dor...
Sai da boca sem preocupação

Adjetivo, artigo, advérbio, numeral
Substantivo, verbo, preposição, conjunção
Interjeição e pronome são classes de palavras
Umas são mansas, outras são bravas.
Use-as com parcimônia
Descubra toda a beleza
Da nossa Língua Portuguesa!

Há uns dias atrás, representei este poema para os alunos da 7ª série, antes de trabalhar as Classes Gramaticais, algum tempo depois, um aluno me diz o seguinte “ Professora, o dia que tu morre eu vou levar uma gramática pra bota dentro do caixão da senhora”. A risada na turma foi geral, levei um susto muito grande ao ouvir aquilo, na sala levei na “brincadeira”,mas depois refleti sobre o acontecido. Nunca imaginei que algum dia iria ouvir isso vindo de um aluno.
Um primeiro e importante sentido da palavra gramática: é o conjunto de regras da língua que cada falante domina, mesmo inconscientemente e independentemente de sua escolaridade. Essa gramática, chamada implícita, internalizada ou interna, vai sendo adquirida pelo falante no contato com outros falantes de seu ambiente e terá, portanto, as marcas dialetais desse(s) grupo(s).
Para o ensino da língua, é essencial o trabalho com essa gramática, que pode e deve ser cada vez mais ampliada, o que se consegue sobretudo pelo ensino produtivo da língua, que privilegia o desenvolvimento da língua “em uso” e pretende desenvolver novas habilidades do falante.
Quando nos interessamos em alguma medida pela linguagem e sua realização na língua, procuramos observar, analisar e tirar conclusões sobre os usos da língua
Começamos a refletir sobre ela, o que representa a gramática chamada descritiva.
A gramática descritiva e o ensino reflexivo têm de apoiar-se na gramática internalizada dos alunos: eles só podem efetivamente observar o que conhecem e dominam, como locutores e interlocutores.
A gramática normativa cria o ensino chamado prescritivo, como se fizesse um receituário de “boas maneiras linguísticas”, colocado à disposição dos falantes, especialmente dos alunos.
Uma vez que, nessa gramática, a norma culta parece ser a “língua correta”, a noção de erro e acerto é muito marcante, enquanto nas gramáticas descritiva e produtiva a noção mais importante é a adequação da linguagem a cada situação sociocomunicativa.
Nesta unidade vimos três concepções de gramática: a interna, a descritiva e a normativa. Procuramos mostrar que não se pode usar uma língua sem usar sua gramática. Nesse sentido, é importante frisar que a gramática interna, ou implícita, ou internalizada, é o conjunto de regras que qualquer falante da língua domina, mesmo que não perceba esse uso e mesmo que jamais tenha estudado. É fundamental o professor perceber que essa gramática se amplia sempre, e que desenvolvê-la é desenvolver a própria competência linguística do aluno. Quanto mais ele for exposto a textos diferentes e convidado a produzir diferentes textos, mais sua gramática implícita estará sendo ampliada. A gramática descritiva é o conjunto de regras que o observador da língua procura compreender e explicar.
No caso da escola, ela deve possibilitar essa reflexão do aluno, desde que voltada para os recursos linguísticos de sua gramática interna, de uso. É importante salientar que a gramática descritiva não está pronta. Sua preocupação com o estudo da língua em todos os dialetos, modalidades e registros é relativamente recente. A gramática normativa, também descritiva e teórica como a anterior, tem o interesse secular voltado para as regras da norma culta, privilegiando ainda a modalidade escrita e a linguagem literária, o que restringe suas reais possibilidades de instaurar-se como sempre fez, como centro dos estudos linguísticos na escola. Hoje, seu papel deve ser reduzido no ensino escolar: tem lugar quando o objetivo é desenvolvimento da capacidade do aluno para usar a língua em situações de formalidade, que exigem a língua padrão.

Unidade 6:A frase e sua organização

1- A frase é a unidade do texto: caracteriza-se por apresentar, no contexto em que aparece, uma unidade de sentido.
2- A frase oral caracteriza-se por uma melodia específica, uma entoação capaz de transformar uma palavra em frase e até em texto.
3- A frase escrita caracteriza-se por começar com maiúscula e terminar com uma pontuação específica: ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação, certos casos de reticências e mesmo dois pontos.
4- A frase não se caracteriza pela extensão: se pode ter um único termo, pode ter muitos elementos, criando uma estrutura às vezes bastante complexa.
Um texto é constituído por frases, escolhidas por locutor (falante ou escritor) segundo as condições de comunicação, e que poderiam ter estruturas muito mais diversas, em outra situação. Mais importante que tudo é, no trabalho com a linguagem, criar para os alunos oportunidades diversas de uso da língua, de modo que eles possam apropriar-se dos mais diferentes tipos de organização da frase.
Mais uma vez, o fundamental é insistir na posição de que só o contexto pode definir a melhor organização da frase ou período. Portanto, cada caso é um caso. Isso quer dizer que, se às vezes é mais pertinente a frase, ou o período curto; em outras, o mais adequado é o período elaborado com mais orações, marcadas por relações mais complexas.


Unidade 7:A arte: formas e funções
O que é arte?
A arte é uma forma de conhecimento que está muito relacionada com o nosso cotidiano, embora nem sempre nos demos conta disso. Cada vez mais, torna-se difícil no mundo atual estabelecer uma divisão entre o que é e não é arte, devido à facilidade de acesso às obras de arte e à sua produção. Por outro lado, as manifestações artísticas têm cada vez mais interseções, criando formas híbridas de arte.
As principais características de arte são: a fantasia, a interpretação da realidade, a conotação e a paixão pela forma.
Essas características criam um papel importante: por intermédio da fantasia e do jogo, a arte é um convite à (re)interpretação do mundo. Ao procurar expressar-se, o artista convida o próprio leitor a desvendar o mundo.


Unidade 8: Linguagem Figurada

Embora não nos demos conta disso, as figuras de linguagem são muito comuns na nossa fala. São usadas exatamente porque o sentido mais comum, denotativo, das palavras não nos parece suficiente para expressar a carga de sentimentos que queremos revelar em certa situação comunicativa.
As figuras de linguagem mais usadas são:
* a comparação: figura mais comum em nossa linguagem, estabelece um paralelo entre os dois seres, por meio de um nexo que pode ser de igualdade (como, feito, que, nem, qual, parece, lembra, etc) ou de superioridade (mais...que).
* a metáfora: figura que permite, por meio de uma comparação “abreviada”, substituir uma palavra por outra que tem com ela um nível de semelhança.
* a metonímia: figura por meio da qual substituímos uma palavra por outra que tem com ela uma relação de proximidade, lógica e possível de ser percebida mais diretamente. A relação metonímica pode ser: autor/obra; pessoa/traço físico; pessoa/objeto característico; continente/conteúdo, lugar/produto seu, etc
Convém ter sempre em mente que o uso das figuras por si só não cria o valor estético do texto, mas sim seu uso em condições de sublimar a significação do texto, a visão de mundo ou as emoções que o autor quer passar ao leitor.
Uma parte da tarde foi usada para atender e tirar dúvidas a respeito dos Projetos que estão sendo aplicados em sala de aula. Os projetos estão trazendo resultados maravilhosos, as professoras cursistas, assim como eu, estão muito satisfeitas com os resultados.

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