domingo, 17 de janeiro de 2010

Relatório 7
Professora Formadora: Julici Lúcia Lippert Altenhofen
Município: Ivoti RS / atende Lindolfo Collor
27 de novembro à 07 de dezembro.

Dia 27 de novembro de 2009 18:00 às 22:00.
Oficina 1
Iniciei a oficina fazendo um resumo do que vimos nas unidades estudadas do TP1:
Unidade 1: Variantes linguísticas: dialetos e registros.
Seção 1- A língua não reflete só sobre o mundo, mas reflete também o mundo. Ela expressa a cultura dos sujeitos e dos grupos.
Seção 2 e 3- As línguas apresentam variações no tempo e no espaço, as variantes chamadas Dialetos e Registros do Português.
É muito importante que ao final desta unidade, sejamos capazes de:
1-relacionar língua e cultura;
2-identificar os principais dialetos do português;
3-identificar os principais registros do português.
Cultura – O conjunto de ações, pensamentos e valores de uma pessoa ou comunidade.
Língua – A língua tem regularidades, um sistema aberto, oferece inúmeras possibilidades de variação de uso que irá resultar em interações sempre novas e irrepetíveis.
Norma – É a forma de cada grupo usar a sua língua.
Dialeto – São as variações da língua usadas por diferentes grupos, apresenta regularidades, recursos normais para aquele grupo.
Idioleto – É o conjunto de marcas pessoais da língua de cada indivíduo, como resultante do cruzamento dos vários dialetos que constituem a sua fala.
Registro – É cada uso individual e momentâneo da língua.

Unidade 2: Variantes linguísticas: desfazendo equívocos.
A unidade é dividida em três seções:
Seção 1: A norma culta vai procurar mostrar as características, limites e importância da norma culta.
Seção 2: O texto literário mostra a grande característica da linguagem do texto literário: a total possibilidade de liberdade de construção.
Seção 3: Modalidades da língua apresenta as marcas principais das duas modalidades em que se realizam todos os textos verbais: a língua oral e a língua escrita.
É muito importante que ao final desta unidade sejamos capazes de:
1- caracterizar a norma culta;
2- caracterizar a linguagem literária;
3- caracterizar a língua oral e a escrita.
A norma culta é um dos dialetos definidos por critérios socioculturais, é a norma padrão, usada nos documentos oficiais, em grande parte da literatura, dos escritos e falas da imprensa. Sua maior característica é a correção pautada na gramática normativa. Porém, não é melhor nem pior, mais bonita ou mais feia do que qualquer outra norma/dialeto.
O texto literário apresenta liberdade completa no uso das variantes da língua. O autor pode empregar a norma culta ou o dialeto popular, o registro mais formal ou mais informal, dependendo da intenção, do assunto, do ambiente e dos personagens retratados.
Modalidades da Língua são duas: a oral e a escrita: a modalidade oral é a nossa língua natural (nascemos com ela) e a escrita é a modalidade artificial (não nascemos sabendo escrever) precisa ser aprendida.
Depois de termos discutido e refletido sobre os conceitos das unidades 1 e 2, pedi para que as professoras fizessem o relato das atividades que levaram para a sala de aula. Várias professoras trabalharam o texto “Retrato de velho” pg. 14, o interessante foi que o mesmo texto foi trabalhado de formas diferentes: A professora Adriane fez toda uma pré-leitura do texto, com base no título, os alunos trouxeram e expuseram as imagens que eles têm de “velhos”. A professora comentou que vários alunos moram com seus avós, o que fez com que o trabalho se tornasse mais rico ainda.
A professora Janine aproveitou o mesmo texto para trabalhar a dramatização, ela contou que os alunos interpretaram muito bem seus personagens, trouxeram roupas “de velho”, até usaram farinha no cabelo. A professora Elisângela também dividiu a turma em três grupos, dois representaram muito bem, um grupo, porém, se negou a representar porque tinham vergonha dos colegas. A professora Denise antes de trabalhar a dramatização com seus alunos aproveitou para conceituar discurso direto e indireto. Um só texto e várias formas de aplicar em sala de aula.
A professora Keina trabalhou o texto “Sexa” da pg. 78, falou do entusiasmo dos alunos para interpretar um texto, com tanto humor. A professora Cláudia levou para a sala de aula o texto “A estranha passageira” do AAA1 e aproveitou para trabalhar o gênero Crônica.
A professora Iria comentou que desde que começou a aplicar as atividades do Gestar se acostumou a sempre, antes de trabalhar um texto, fazer uma pesquisa sobre o autor e foi assim que iniciou sua atividade, levou os alunos para a biblioteca, dividiu eles em grupo e pediu para que pesquisassem Stanislaw Ponte Preta, a seguir trabalhou o texto “A estranha passageira”. Depois de ter feito as atividades de interpretação, aproveitou para trabalhar a dramatização do texto “A velha contrabandista” do mesmo autor. Os alunos construíram suas lambretas e representaram muito bem o momento em que o policial repreende a velhinha.
A professora Silvana iniciou o assunto questionando os alunos sobre a dificuldade em entender alguns termos usados pelos alunos, como por exemplo “Ronaldo”, eles explicaram para a professora e esse foi o ponto de partida para a criação de um dicionário de gírias dos alunos, com os respectivos significados. Após essa atividade os alunos organizaram pequenos teatros fazendo o uso de pelo menos 5 palavras do dicionário que criaram. A professora ficou encantada com os resultados e disse que a atividade foi muito significativa para ela e seus alunos.
A seguir li em voz alta para o grupo o texto A outra senhora e juntas respondemos as questões da pg. 170, ficou claro que a narradora, uma jovem, faz parte de um nível social elevado (apesar de não ter o dinheiro para comprar um presente). Dificilmente uma criança usaria esse tipo de linguagem, nem nós professores dominamos. Na certa, a personagem ouviu algumas das palavras que usa por adultos também, por se tratar de uma redação, quer chamar a atenção da professora. Aos poucos começa a usar uma linguagem mais informal e vários dialetos (dos adultos,ou usados pela mídia que simplesmente apela em determinadas épocas do ano)
O grupo chegou a conclusão que o texto realmente é uma crônica por tratar de forma humorada de algo que faz parte do dia a dia. Usa a ironia, pois enquanto diz que valoriza “a mãe”, deixa bem claro que não a valoriza. Aos poucos deixa cair a “máscara” e ao mesmo tempo em que consegue escrever a quantidade de linhas exigidas pela professora, começa a refletir sobre o verdadeiro significado da data.
As professoras concordaram que é um texto bem interessante para trabalhar com os alunos de 7ª e 8ª série e que além de fazer uma reflexão sobre a data também é possível trabalhar outros itens, como: a linguagem, a pontuação,...
A avaliação dessa oficina foi excelente, as professoras adoraram as atividades destas unidades, quem gostou mais ainda foram os alunos, que estão gostando cada vez mais de trabalhar as atividades do Gestar. Excelente estava também estava a pizza que comemos no intervalo. O grupo já estava se dando conta que aos poucos nossa formação está chegando ao fim e que sentiremos muita falta desses momentos de trocas de experiência e saber.
A pedido da secretaria de educação, escolhemos a mensagem que faria parte da agenda 2010 representando a comunidade Aprendente Gestar 2:


Oficina 2
Unidade 3: O texto como centro das experiências no ensino da língua
Texto: é toda e qualquer unidade de informação, no contexto da enunciação, podendo ser oral ou escrito, literário ou não literário. Como o tema já foi trabalhado em TPs anteriores, ficou fácil introduzir o assunto. Mais uma vez vários alunos se mostraram espantados com o conceito de texto, e que eles próprios já têm o conceito de Intertextualidade, pois já conseguem perceber relações entre diferentes textos.
A seguir trabalhamos o conceito de fábula e até lemos algumas e mencionamos outras que são conhecidas pelo grupo. As professoras Aline e Carla aproveitaram o momento para falar um pouco sobre o projeto “Fábulas” que estão aplicando em sala de aula.
Os relatos dessas atividades foram bem interessantes, a professora Marina trabalhou “A verdadeira história dos três porquinhos” comparando-a com os clássicos. A professora Iria levou seus alunos a pesquisar os irmãos Grimm e trabalhou a paródia. A professora Denise também trabalhou a paródia com seus alunos. A professora Adriane levou vários jornais diferentes para a sala de aula e fez com que os alunos percebessem como pode aparecer de forma diferente a mesma notícia. A professora Silvana, que trabalhou com a 5ª série “Frankstein” de Mary Shelley questionou seus alunos quem é o verdadeiro monstro? O criador ou a criatura? E em grupos, modificaram trechos da história original.
Juntas lemos e discutimos sobre o texto “A língua” e foi muito interessante perceber a diferença entre o “velho” da fábula, que é visto como “o depositário da sabedoria de seu povo”, bem diferente da imagem de velho do texto de Drumonnd, como ranzinza, rabugento...
A professora Keina aproveitou para falar da experiência que teve com seus alunos ao trabalhar a obra e o filme “O menino do Pijama Listrado” o mesmo foi muito bem recebido pelos alunos da 7ª série, que refletiu muito sobre o olhar inocente da criança diante das “barbaridades” que fazem os alunos.
A avaliação desta oficina foi bem interessante, pois as professoras puderam retomar vários temas/assuntos que já foram trabalhados em sala de aula.

Dia 07/12/2009
Manhã 7:30 às 11:30

Oficina 3
Unidade 5: Gramática: seus vários sentidos
Gramática: é o conjunto de regras da língua que cada falante domina, mesmo de forma inconsciente e indiferente de sua escolaridade.
Gramática interna: são os recursos que o falante domina, sem se dar conta, está no texto oral ou escrito de todos os falantes. Essa gramática vai sendo ampliada na medida em que o falante vai entrando em contato com novas situações de comunicações e diferentes usos da língua.
Gramática descritiva: é o conjunto de regras que o observador da língua procura aprender e explicar. Existe um trabalho de reflexão mais sistemático sobre os fatos da língua.
Gramática normativa: tem como base as regras da norma culta, privilegia a modalidade escrita e a linguagem literária.
Após ficarem claros os conceitos da gramática, lembrei as cursistas que para o ensino da língua, é essencial trabalhar a partir da gramática interna, assim o aluno passará a valorizar e até ter gosto por aprender. Uma vez que, hoje, o ensino da gramática normativa deve ser reduzido no ensino escolar. Porém, somente na escola o aluno tem acesso a gramática normativa e somente ela pode desenvolver a capacidade do aluno para usar a língua em situações de formalidade que exigem a língua padrão.
Na visita que fizemos às editoras, recebemos um livro que traz a seguinte receita:



Lemos/refletimos e discutimos formas de levar a atividade para a sala de aula. Ficou bem claro que atividades como essa e o poema das classes gramaticais podem fazer com que o aluno aprenda gramática “brincando”.

Unidade 6: A frase e sua organização.
Frase é a unidade de sentido do texto. Pode ser oral ou escrita. Caracteriza-se por começar com letra maiúscula e terminar com uma pontuação específica. Não se caracteriza pela extensão, pode ter um único termo, ou apresentar muitos elementos, criando às vezes uma estrutura muito complexa.
Várias professoras aproveitaram para trabalhar ou revisar ou sinais de pontuação, que podem ser trabalhadas em todas as séries de 5ª à 8ª. Os relatos das cursistas foram interessantíssimos, elas usaram textos diferentes e deram uma importância maior para a oralidade e a entonação, até peça de teatro saiu.
Para finalizar a oficina, a professora Keina leu para o grupo o texto “A menina da caixa de fósforos” e juntas refletimos sobre o verdadeiro significado do natal.
A avaliação dessa oficina foi bem tranquila, muitas foram as opções para trabalhar com todas as séries. As professoras mencionaram de terem levado para a sala de aula atividades que nunca tinham feito antes e que deram resultados maravilhosos. E o principal, o comentário geral é que os alunos amaram as atividades.

Oficina 4
Uniade 7: A arte: formas e função.
A arte é uma forma de conhecimento que está muito relacionada com o nosso cotidiano, embora nem sempre nos demos conta disso. É difícil dizer o que é e o que não é arte devido à facilidade de acesso às obras de arte e à sua produção.
As principais características da arte são: a fantasia, a interpretação da realidade, a conotação e a paixão pela forma.
Lembramos da nossa visita ao MARGS, onde tivemos um contato direto com a arte da França e ainda houve relatos de professoras que acompanharam seus alunos à 7ª Bienal do Mercosul que aconteceu em outubro e novembro em Porto Alegre. Muitos alunos saíram decepcionados, pois não viram “arte” em vários trabalhos expostos. E mais uma vez voltamos à pergunta “O que afinal é arte?”.
A seguir as professoras fizeram os relatos das atividades que aplicaram em sala de aula, várias usaram Histórias em Quadrinhos para trabalhar as figuras de linguagem. As que os alunos gostaram mais foram as onomatopéias, usaram seus celulares para gravar sons e trazer para a sala de aula.
Após os relatos, entramos em um ônibus alugado pela prefeitura e, junto com os colegas do Gestar de Matemática, fomos fazer um pequeno passeio na encosta da Serra. Almoçamos no restaurante Dheinhauss, que oferece um almoço típico alemão. O almoço foi oferecido pela secretaria de educação que também aproveitou o momento para falar dos bons frutos que estão sendo colhidos através da Formação Continuada do Gestar II.
07/10/2009
Tarde 13:00 às 17:00

Após o passeio voltamos para a escola e cada professora fez uma breve apresentação do Projeto que aplicou em sala de aula. (Estarei fazendo um breve resumo de cada um e enviando posteriormente). Também foram entregues os portfólios elaborados pelas professoras.
O fato de termos cumprido nossas 80 horas presenciais exigidas pelo curso, fez com que eu pedisse de forma individual, ou em grupos fizessem uma avaliação do que foi o Gestar.
“Para nós o Gestar foi um momento de encontros muito produtivos e divertidos, proporcionando atividades variadas, trocas de experiência e aprofundamento de nossas práticas pedagógicas.
Apesar de termos um material muito rico, não pudemos aproveitá-lo por completo durante o curso, devido à falta de tempo. Contudo, será um material muito proveitoso para os próximos anos”
(Keina, Carla, Iria, Cláudia e Marina.)

“Apesar de exigir dedicação, trouxe muito conhecimento, troca de experiências, aprofundamento de conceitos,...
O material foi bem elaborado, com sugestões de atividades adaptadas facilmente a realidade dos alunos. Além de trabalhar: ortografia, gramática, produção de texto, compreensão,..
Nossa formadora também, soube expor o material de forma dinâmica, sempre trazendo algo a mais”
(Silvana, Denise e Elisângela.)

“Chegar ao final de um projeto educacional com a certeza de que o mesmo trouxe enriquecimento para a prática docente e, consequentemente, para o público discente é de satisfação imensa. Essa é a avaliação que fazemos nesse momento.
Tantos foram os encontros presenciais, em que trocamos de idéias, sugestões de atividades, elaboração de planejamentos aconteceram. Leituras e estudos extras vindos a acrescentar informações, renovar conceitos, aprimorar conhecimentos, que hoje podemos dizer não sermos mais os mesmos que no início, mas, certamente, olhamos com nova visão os conteúdos que trabalhamos com nossos alunos, especialmente no que concerme a como os levarmos até os mesmos.”
(Adriane )

“ Ao final deste trabalho, muitos foram os ensinamentos e o crescimentos pessoais. Este projeto contribuiu para melhorar, aperfeiçoar, ousar a prática docente através das inúmeras atividades sugeridas pelos TPs ou AAAs ou ainda pelas colegas. O grupo foi persistente e unido. Soube aproveitar intensamente os momentos de aprendizagem juntos. Firmamos laços de amizade e trocamos inúmeras experiências.
Apesar do início do Gestar ter sido tardio, fazendo com que as atividades precisassem ser aplicadas às pressas, ainda assim os alunos foram os maiores beneficiados, pois engajaram-se na proposta e sentiram-se importantes em participar deste projeto.”
(Janine)

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